A relação entre HPV e o Câncer de Colo Uterino




HPV

HPV é o papiloma vírus. É sexualmente transmissível e favorece o aparecimento de câncer de colo uterino. É visto clinicamente como "verruga" nas regiões da vulva, vagina, do períneo, colo uterino e do ânus. Popularmente é conhecido como "crista de galo" pela semelhança com essa estrutura. Pode ficar escondido por muitos anos e aparecer quando existe uma queda de imunidade da paciente como gravidez, AIDS, herpes, etc. As verrugas podem causar prurido ou ardor vulvar, mas o que realmente preocupa as pacientes é o aspecto da lesão. As lesões geralmente são amolecidas, claras e podem variar de uma a muitas, com aspecto de "couve flor". Os homens também são acometidos e podem apresentar as mesmas lesões na genitália. Hoje em dia sabemos que existe tratamento e até mesmo a cura do HPV. Como é, quase sempre, sexualmente transmissível, a melhor prevenção é o uso da camisinha ou condon. Já existe a vacina quadrivalente para HPV, que é feita em 3 doses, geralmente em pacientes virgens. Em alguns estudos os vírus foram encontrados em pacientes que nunca tiveram relações sexuais e, portanto, não podemos dizer que é unicamente uma doença de transmissão sexual. Podemos suspeitar dessa patologia com algumas alterações encontradas no exame preventivo de Papanicolaou, ainda que a paciente não apresente lesões visíveis a olho nu. Essas alterações são chamadas coilocitóticas e são confirmadas por colposcopia e vulvoscopia com biópsia e anátomo-patológico ou por captura híbrida do HPV no colo, na vulva ou na vagina. Existem muitos tipos de HPV diferentes e alguns grupos são considerados de alto risco (os que favorecem o aparecimento de células malignas no colo do útero). A vacina foi desenvolvida baseada em 4 subtipos de HPV, por isso o nome quadrivalente. O tratamento pode ser feito com cauterização do colo uterino com bisturi elétrico, cirurgia (para os casos mais extensos) e cauterizações químicas na vulva e na vagina com ácido tricloroacético ou podofilina. As cauterizações devem ser realizadas pelo médico, no centro médico e nunca pela paciente pelo perigo de queimaduras na pele. Geralmente as lesões desaparecem após 4 aplicações semanais de ácido. Já temos no Brasil o medicamento de uso tópico, imiquimode, em forma de sachês com cremes que são aplicados pela própria paciente, o preço varia mais ou menos de 100 a 300 reais. Todos os tratamentos costumam ter boas respostas. Após o término do tratamento a paciente é acompanhada de 6 em 6 meses com exames e após dois anos sem apresentar a doença é considerada curada e pode ser acompanhada anualmente como todas as mulheres. As gestantes com lesões também podem e devem ser tratadas. As cauterizações químicas com ácido são indicadas e não apresentam efeitos teratogênicos no feto e também não levam a trabalho de parto prematuro. Se na hora do parto o tratamento foi realizado e com sucesso, não há problemas em se fazer parto normal. Se as lesões forem ainda persistentes e abundantes a via de preferência é a cesariana. Todos os parceiros das pacientes com HPV também devem ser investigados e, se necessário, tratados. Uma boa qualidade de vida é essencial para compor o tratamento do HPV: Dormir bem, ter uma alimentação regular e balanceada com fibras, frutas, verduras, legumes, grãos e óleos considerados bons (peixes, azeites, nozes), praticar atividade física e ter tempo para o lazer.


Coluna Saúde da Mulher - assinada pela Dra. Elaine K. Vasconcelos - Ginecologista, Obstetra e Mastologista - CRM: 101324.
Imagem by Mari Martins



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