Depressão Pós-parto - Parte II
Segundo especialistas, não há como fazer um diagnóstico de depressão pós-parto durante o pré-natal, pois, por definição, a depressão acontece somente após o parto. No entanto, durante o pré-natal, o obstetra deve observar e perceber o surgimento e, principalmente, a somatória de fatores de risco para uma futura depressão. Um sinal precoce é a insônia logo após o início da gestação, indicando que a gravidez está cursando com elevado grau de ansiedade. Antecedentes familiares e/ou pessoais de depressão moderada ou grave e distúrbios de personalidade pré-existentes à gestação devem ser levados em consideração. Fatores sociais como gestação indesejada e a falta de apoio do parceiro e da família também são importantes.
Não há como dizer se a depressão pós-parto é uma doença neurológica, psiquiátrica ou hormonal, pois não se conhece nenhuma causa isolada que possa produzir uma quadro de depressão pós-parto. Sua etiologia é multicausal e multidisciplinar, surgindo a partir de um conjunto biopsicossocial de fatores que interagem entre si e causam a doença. Por isso, conclui-se que os transtornos depressivos são determinados pela qualidade da interação entre o "mundo interno" (biopsíquico) e o "mundo externo" (psicossocial) da mulher. Da área biológica e obstétrica destacam-se fatores como primiparidade, hipotireoidismo gestacional ou puerperal, parto prematuro, óbito fetal e dificuldades na amamentação. Na área psicossocial, fantasias de incapacidade em exercer o papel de mãe e de incompetência para entender as necessidades do recém-nascido são fatores que não devem ser ignorados.
A depressão pós-parto deve ser tratada por profissionais especializados em psicoterapia e farmacoterapia, então, junto com o acompanhamento do médico obstetra, se faz necessário o tratamento com um psicólogo ou psiquiatra gabaritado.
by Mari Martins
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Fonte de pesquisa: Revista Sogesp - set/out de 2011
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