Déficit de memória em pacientes com Parkinson
A doença de Parkinson é uma condição crônica neurodegenerativa que acomete principalmente o sistema motor. Por outro lado, estima-se que comprometimento cognitivo ocorra em 2% a 77% dos pacientes com a doença.
Durante um estudo, foram analisados 19 pacientes (14 do gênero masculino), procedentes do ambulatório de Neurologia Clínica do Hospital e Maternidade Celso Pierro (PUC-Campinas), consecutivos, com doença de Parkinson idiopática (idade média 67,1 anos), tempo médio da doença 7,6 anos e estágio 1 - 3 na escala Hoehn e Yarh modificada (HY). Foram realizados: anamnese, exame neurológico, bateria CERAD (Consortion to Establish a Registry for Alzheimer's Disease), (Pfeffer e Clinical Demential Rating, avaliação da linguagem, da atenção, da função executiva, de construção visuoespacial e da memória não verbal, o EEGq e a escala de depressão de Hamilton. Os aspectos cognitivos foram comparados aos de um grupo controle semelhante, sem doenças neuropsiquiátricas. Foi feita a comparação entre os grupos pelo estudo estatístico test t de Student, com nível de significância P < 0.05. Os pacientes com doença de Parkinson tiveram desempenho cognitivo inferior em todos os itens da bateria CERAD e também nos testes da avaliação da função executiva, quando comparado ao grupo controle, mas, de modo estatisticamente significativo, nos itens: FV, lista de palavra e recordação e reconhecimento de lista, torre de Hanói (três peças), Stroop Color Test B (tempo) e C (número de erros), trilhas - Trail Making Test partes A e B, fluência verbal: categoria e F. A. S e na figura complexa de Rey (memória ñ tempo). Dez pacientes apresentaram depressão, de grau leve em 90% dos casos.
A conclusão do estudo é que observou-se comprometimento cognitivo em porcentual significativo dos pacientes com doença de Parkinson. A caracterização do envolvimento cognitivo e sua gravidade na doença de Parkinson são de grande importância clínica, pois podem ser úteis para melhor orientação e introdução de estratégias terapêuticas.
by Mari Martins
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Fonte de pesquisa: Diagnóstico e Tratamento 2011;16(3):146-61
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