O Paciente terminal




 
A Psicologia e o Paciente Terminal

A morte é uma preocupação universal do homem, considerando que a psicologia estuda a relação do homem com o mundo, ela deve ser uma área de preocupação primordial da psicologia. A morte também deve ser considerada como um campo de estudo e uma prática de atuação do profissional. Atualmente se faz presente a necessidade e o ingresso do profissional psicólogo no contexto hospitalar, trabalhando junto com toda equipe que atende esse paciente.
O paciente terminal é aquele paciente que está em fase terminal de uma doença, onde o esperado passa a ser o óbito, independentemente da terapêutica utilizada, sendo esta neste momento mais paliativa e não tendo a expectativa de cura. Quando atendemos ao paciente terminal é de fundamental importância que toda a equipe esteja bastante familiarizada com os estágios pelos quais ele passa, lembrando que podem se intercalar e repetir durante todo o processo da doença, descritos por E. Kübler Ross, em seu livro "Sobre a Morte e o Morrer", e que permitem uma visão real da complexidade vivida pelo paciente diante da sua terminalidade e do morrer. São eles: a negação e o isolamento, a raiva (revolta), a barganha, a depressão e a aceitação, complementando-se com a esperança, que persiste em todos estes estágios e que é o que conduz o paciente a suportar sua dor. Quando um paciente não dá mais sinal de esperança. Geralmente é prenúncio de morte iminente.
A negação é mais frequente no início da doença. É quando o paciente nega a sua doença e a gravidade do seu estado. Recusa-se a falar da doença e tende ao isolamento.
No estágio da raiva, da revolta, o paciente se pergunta: "Por que eu?", "Por que comigo?" "Durante este estágio faz exigências, reclama, critica o seu atendimento e solicita atenção contínua. Se for respeitado e compreendido. Logo cessarão suas exigências, pois será assistido sem necessidade de explosões temperamentais. Ressaltamos a importância de tolerarmos a raiva, racional ou não, do paciente.
Na barganha o paciente tenta negociar geralmente com Deus. "Quase sempre almeja um prolongamento de vida ou deseja alguns dias sem dor ou sem males físicos". Faz promessas. Promessas que geralmente não cumpre.
A depressão aparece "quando o paciente não pode mais negar sua doença, quando é forçado a submeter-se a mais uma cirurgia ou hospitalização, quando começa a apresentar novos sintomas e tornar-se mais debilitado e mais magro, não pode mais esconder a doença. Seu alheamento ou estoicismo, sua revolta e raiva cederão lugar a um sentimento de grande perda".
E a aceitação é quando não mais sente depressão e nem raiva. É o momento em que encontra paz e aceita o que está acontecendo. Os momentos de silêncio são maiores e seus interesses diminuem. Neste momento é a família que mais precisa de ajuda
De posse do conhecimento destes estágios, indubitavelmente, torna-se muito mais tranquilo, para o profissional que assiste ao paciente terminal, lidar com os sentimentos e emoções que afloram, ajudando-o na compreensão e na transitoriedade dos mesmos, bem como respeitar cada momento vivido pelo paciente, sem julgá-lo e sem lhe impor sua perspectiva, é importante perceber a forma de atuação e interação do Psicólogo com os demais profissionais da saúde e a relação com o tema morte e na lida com pacientes terminais.
Não desistir do tratamento do paciente. O paciente pode desistir, mas os profissionais de saúde não. Quando o paciente se sente abandonado à própria sorte, sem assistência, ele se entrega e desiste também, antecipando sua própria morte. "Para o paciente é reconfortante sentir que não foi esquecido quando nada mais pode ser feito por ele.
No trabalho psicológico com pacientes terminais inclui-se:

Apoiar situações de crises tanto do paciente, quanto da família e da equipe de saúde; Presenciar situações de sofrimento em que outros não estão habituados;
Promover o autoconhecimento e insight onde algumas defesas estão mais presentes; Promover mudanças específicas na forma de atuação conforme a situação exige.
Compreendendo as necessidades de interrupções nos atendimentos por conta de intercorrências e dificuldades do paciente, da família ou de procedimentos, dispor-se a atendimentos mais longos e muitas vezes silenciosos ou de escuta, promover maior acolhimento e conforto na situação de crise, se dispor com maior assiduidade e presença física, dispor-se a sessões não-verbais, poder escutar e perceber a necessidade do outro, tornar-se disponível para um contato mais intimo, envolvendo a proximidade física e emocional. Exemplo: Segurar a mão do paciente, ficar ao seu lado, escutar seu choro e dor.

Os principais objetivos nesta atuação:

Diminuir o medo da morte e levar a preparação para o processo de morrer;
Compreensão da morte do ponto de vista pessoal;
Ajudar a lidar com pessoas (paciente, familiar e equipe) diante do morrer;
Preparação para enfrentamento do inevitável;
Trabalhar os aspectos cognitivos e emocionais (compreensão, medos);
Trabalhar as questões éticas e a bioética;
Trabalhar as dificuldades do cuidador.

Coluna assinada pela Dra. Marisa Martins - Psicóloga - CRP: 06/30413-0.
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