Aderência cirúrgica



ADERÊNCIA CIRÚRGICA
Quando operamos uma paciente, da pele até um órgão existem muitos planos chamados planos cirúrgicos. Por exemplo, para se fazer uma cesárea passamos por sete planos: pele, subcutâneo, aponeurose, músculos, peritôneo parietal, peritôneo visceral e útero. Cada um desses planos tem um tipo de incisão e quando fechamos, muitas vezes, cada um dos planos têm pontos diferentes e também são usados fios diferentes. Isso é feito dessa forma porque cada plano deve cicatrizar independentemente do outro, caso contrário, um plano adere ao outro e, então, são formadas as aderências cirúrgicas. Quanto mais cirurgias são feitas na mesma paciente, maiores as chances desses planos "colarem" e ocorrer a formação das aderências. A dor acontece porque o organismo vai mobilizar os órgãos de uma forma fisiológica, ou seja, natural como no peristaltismo intestinal ou nas contrações uterinas que ocorrem durante as cólicas menstruais ou no esvaziamento da bexiga, etc. Mas então o organismo acaba mobilizando planos que estão "grudados" uns nos outros e ocorre a dor, por distensão dessas camadas. Mais ou menos como ocorre na fimose e na língua presa, em ambos os casos deve ser desfeita a "prega" ou o paciente não consegue a mobilização fisiológica desse órgão. Imagine uma criança tentando falar certinho com a língua presa, vai doer, assim como um adolescente que tiver uma ereção com uma fimose, vai doer também. As aderências são complicadas porque só podem ser desfeitas cirurgicamente e daí é mais uma cirurgia e pode aderir novamente. As dores das aderências geralmente são crônicas e melhoram com analgésicos e antinflamatórios. A dor aguda, que leva a paciente ao pronto socorro, geralmente não é causada por aderência a menos que tenha ocorrido algo no organismo forçando a área aderida, como uma ovulação, por exemplo, que ocorre mais ou menos no décimo quarto dia do ciclo menstrual. Então, nesse caso, com ou sem medicamento, essa dor deve ir melhorando em 3 a 5 dias.


Coluna Saúde da Mulher - assinada pela Dra. Elaine K. Vasconcelos - Ginecologista, Obstetra e Mastologista - CRM: 101324.
Imagem by Mari Martins



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