Depressão Puerperal ou Depressão Pós-parto
DEPRESSÃO PUERPERAL
A depressão puerperal pode atingir até 20% das pacientes nos primeiros 6 meses após o parto. O humor depressivo e a perda de interesse nas atividades deve estar presente por, no mínimo, duas semanas. Outros sintomas são: alterações do sono, sentimentos de culpa ou desânimo, perda de concentração e até pensamentos suicidas. Os principais fatores de risco são: depressão durante a gestação, depressão prévia, situações estressantes durante a gestação, dificuldades financeiras, violência doméstica e baixa idade materna. O mecanismo envolvido na depressão puerperal ainda não está muito bem esclarecido, mas acredita-se que pode estar envolvido com alterações hormonais, como a flutuação dos hormônios estrogênio e progesterona. O tratamento mais responsivo soma psicoterapia e medicamentos anti-depressivos. A terapia individual e a de grupo têm se mostrado igualmente eficazes, mas estudos mostram uma maior resposta se associadas às medicações. Os anti-depressivos estudados e usados têm sido os inibidores da recaptação da serotonina e os tricíclicos. A paroxetina e a fluoxetina demonstraram redução dos sintomas da depressão. A sertralina e a nortriptilina também foram testadas, mostraram remissão dos sintomas, sem efeitos adversos nos recém-nascidos. Quanto ao citalopram, estudos mostram que este é mais eficaz se associado à psicoterapia do que sozinho. Os efeitos colaterais desses medicamentos anti-depressivos sobre os recém-nascidos são: irritabilidade, sedação, desmame e baixo ganho de peso. Quanto à terapia hormonal com estrogênio, existem controvérsias devido ao efeitos colaterais como a hiperplasia endometrial e os fenômenos tromboembólicos, além da diminuição da lactação. Exercícios físicos como a caminhada mostraram-se benéficos no tratamento da depressão puerperal. Das medeicações, considerando as mulheres que estão amamentando, a sertralina foi considerada de primeira escolha devido ao menor número de efeitos adversos relatados, assim como a paroxetina e a nortriptilina. A psicoterapia é uma opção também viável e segura, assim como os exercícios físicos.
Coluna Saúde da Mulher - assinada pela Dra. Elaine K. Vasconcelos - Ginecologista, Obstetra e Mastologista - CRM: 101324.
Imagem by Mari Martins
Comentários
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