Higiene genital feminina



HIGIENE GENITAL FEMININA

No simpósio internacional da FIGO de 2009, os doutores Paulo César Giraldo, da Universidade Estadual de Campinas; Ditas Cristina Decena, da Faculdade de Medicina e Cirurgia de Manila, Filipinas, fizeram uma revisão da literatura sobre a higiene íntima feminina e aqui vou abordar as principais considerações.
A higiene genital é uma necessidade de todos, em especial das mulheres e devemos lembrar que, mesmo em condições normais, há uma constante e significativa descamação de células da pele e da semimucosa da região vulvar, além da transpiração e da descarga vaginal fisiológica. A genitália externa feminina é formada por inúmeras dobras de pele e localiza-se em região que dificulta muito sua aeração. Ambas as características favorecem a umidade, o aumento de temperatura e a dificuldade da remoção de detritos. Portanto, a higienização se faz necessária para evitar o acúmulo de secreções, células mortas e de detritos, porém deverá ser feita de maneira apropriada, uma vez que sua falta pode ser nociva, porém seu excesso também pode se tornar prejudicial. É natural presumir que a falta de higiene poderá causar mal cheiro, prurido, acúmulo de secreção e infeção vulvar e vaginal. Mas por outro lado a higiene excessiva pode levar a ressecamento da pele, dermatite vulvar, dor e fissuras no intróito vaginal. Existem três compartimentos femininos: Interno (colo e canal vaginal); Intermediário (face interna dos pequenos lábios, vestíbulo vulvar e membrana himenal); Externo (face externa dos pequenos lábios, grandes lábios, períneo e pele perianal). A higiene genital deverá abranger apenas os compartimentos externo e intermediário. Não se recomenda o uso de produtos ou mesmo água isoladamente no compartimento interno, sem indicação médica. Há muitas células diferentes que promovem a resposta imune local e que protegem a mulher contra a agressão de fungos, bactérias e vírus desta região anatômica. A microflora é basicamente dependente da quantidade de lactobacilos que produzirão ácido lático e peróxido de hidrogênio com o objetivo de inibir o crescimento de bactérias agressivas. A produção de diferentes substâncias determinará o PH vaginal ácido (3,8 a 4,5). O uso de lenços sanitários, a frequência das relações sexuais,a atividade física, as dietas e a higiene genital são fatores de influência muito importantes no equilíbrio natural da flora vaginal. Existe a necessidade de individualizar a higiene de cada mulher, considerando-se a sensibilidade individual, a frequência da limpeza, a forma como será feita e os produtos que serão utilizados. O problema do sabonete é seu PH alcalino, que varia de 7 a 10. Os sabonetes líquidos são os mais indicados porque seu PH é similar ao da pele. Aqueles que têm ácido lático na composição são ainda mais interessantes porque mantêm a acidez do PH vaginal.


Coluna Saúde da Mulher - Dra. Elaine K. Vasconcelos - Ginecologista, Obstetra e Mastologista - CRM: 101324.
Imagem by Mari Martins




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