Seja Feliz
Quando eu era criança, eu morava numa casa no interior do estado de São Paulo, que tinha um quintal muito grande e eu ouvia a buzina do trem todos os dias quando ele passava, eu morava perto da estação e minha casa tinha janelas enormes e cortinas leves que flutuavam com o vento. Eu andava de bicicleta, jogava bola, brincava de casinha, brincava de expedição, fazia cabana, brincava de fazer teatrinho e parte desse quintal era de terra, e lá, plantávamos mandioca, abóbora, havia um pé de chuchu, havia muita hortelã e uma outra plantinha que chamávamos de azedinha.
Crianças são curiosas e eu adorava experimentar aquelas plantinhas tão bonitinhas, verdinhas e com as folhas recortadinhas. Sorte que no meu quintal, não havia nada venenoso porque eu adorava comer as duas plantinhas.
Hoje eu moro em São Paulo/Capital, aqui quase não se vê quintais, muito menos grandes e com terra. O que se vê é muito concreto, cimento, vidros espelhados nos prédio, alguns tem jardim, mas são poucos os privilegiados e eles possuem coqueiros, paineiras, grama, mas não têm pomar, hortelã e azedinha. Saudades da minha infância!
São Paulo é uma cidade moderna, não há espaço para quintais, São Paulo cresce verticalmente, minha sacada é florida, tenho orquídeas e para não perder o costume tenho um vaso com Guaco que me ajuda muito quando estou com gripe e com tosse. Já tive vasinhos com manjericão, hortelã, mas não resistiram à falta de espaço, as plantas também querem o seu metro quadrado.
Aqui nos quintais não há Guaco, Hortelã, Panacéia, Boldo, Erva Cidreira, Erva Doce, aqui há Dipironas, Anti-inflamatórios, Antibióticos, Anti-térmicos e muitos outros remédios nas gavetas de algum cômodo de nossas casas. São Paulo é uma cidade moderna! Não há espaço para ervas medicinais, só para indústrias farmacéuticas que faturam milhões com a hipocondria, o stress e a solidão, os males do mundo moderno. Mas isso não é característica de São Paulo e sim de todas as metrópoles, eu apenas estou usando a cidade onde vivo como exemplo.
Acho que vai chegar um tempo, aliás, acho que já está chegando, em que os valores vão se inverter e voltar a ser um pouco do que era antes. Não há necessidade de mudanças radicais, apenas um equilíbrio, um meio termo, isso seria benéfico, cuidar-se mais, olhar para sí, conhecer-se e manter uma curiosidade sobre sí mesmo, assim como eu mantinha com aquelas plantinhas que eu queria experimentar, tão bonitinhas e verdinhas... é preciso conhecer-se, gostar-se, cuidar-se e deixar um pouco as gavetas com remédios de lado, tome um suco natural, um chá de camomila para dormir bem, tenha manjericão em casa para temperar sua massa... seja feliz!
A felicidade está na simplicidade!
Texto e Foto by Mari Martins
Comentários
bah adorei a cronica
é estamos meio perdidos neste mundinho da modernidade e esquecemos da simplicidades
as coisa mais belas da vida esta na simplicidade
iiiiiiiiiiiiii hj é sexta
dia dia de ser feliz
vamos a diversão !!!
bjo enorme guria
otimo inicio de find
Gostaria de republicar "Seja Feliz", em blogs que assino. Senti ao passar a vista, uma boa dose de nostalgia no seu belo escrito. Remete a um passado análogo vivenciado por nós - enquanto família - na infância e adolescência.
Adorei a crônica, me identifiquei muito !
Vivi 33 anos numa cidade pequenina, cresci também num quintal de terra com uma horta, animais, onde conhecíamos a todos e a vida era bem mais saudável !
Hoje também moro em SP e me pego ás vezes sendo engolida por esta modernidade toda, este concreto todo, nada de horta nem interação, só muita poluição e solidão...
Ótimo seu conselho para não nos deixarmos levar e estarmos sempre cultivando estes bons hábitos tanto para a saúde física quanto mental !
Um enorme beijo !
Muito bom o seu texto!
Eu vivo um paradoxo amiga! Moro numa cidade tranquila, com quintal cheio de árvores e plantas, recentemente fiz minha horta e já colho muitas coisas dela, meus filhos têm espaço para correr, andarem de bicicleta...Com certeza aqui tem muito mais qualidade de vida, porém, não vejo a hora de voltar para São Paulo, minha terra natal. Sinto falta das pessoas queridas, meus amigos sinceros de longas datas, da minha família e quero voltar urgente!
Isso me fez refletir esses dias e me comparar com os animais que passam suas vidas enjaulados. Quando ganham a liberdade, não sabem o que fazer com ela...rsrs...e aí acabam voltando para a jaula ou morrendo sem ela.
Estranho, né?
Grande beijo,
Jackie
Lindo, lindo!
Para quem vive cercada dos concretos de Brasília,foi maravilho lembrar dos tempos dos quintais...
Grande beijo.