Poesia Mitológica
PROMETEU
Filhas verdes do mar, e ó nuvens, num incenso,
Beija-me! E bendizei o meu sangue e o meu pranto!
Quando sucumbo e sou vencido, exulto e venço:
A minha queda é glória e o meu rugido é canto!
Beija-me! E bendizei o meu sangue e o meu pranto!
Quando sucumbo e sou vencido, exulto e venço:
A minha queda é glória e o meu rugido é canto!
Sob os grilhões, espero; escrvizado, penso;
E, morto, viverei! Domando a carne e o espanto,
Invadindo de estrela a estrela o Olimpo imenso,
Roubei-lhe na escalada o fogo sacrossanto!
E, morto, viverei! Domando a carne e o espanto,
Invadindo de estrela a estrela o Olimpo imenso,
Roubei-lhe na escalada o fogo sacrossanto!
Forjando o ferro, arando o chão, prendendo o raio,
Dei aos homens o ideal que anima, e o pão que nutre...
Debalde o ódio, e o castigo, e as garras me consomem:
Dei aos homens o ideal que anima, e o pão que nutre...
Debalde o ódio, e o castigo, e as garras me consomem:
Quando sofro, maior, mais alto, quando caio,
Sou, entre a terra e o céu, entre o Cáucaso e o abutre,
— Sobre o martírio, o orgulho, e, sobre os deuses, o Homem!
Sou, entre a terra e o céu, entre o Cáucaso e o abutre,
— Sobre o martírio, o orgulho, e, sobre os deuses, o Homem!
Poema by Olavo Bilac
Foto by Mari Martins
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