O uso indiscriminado de polivitamínicos
O uso de Polivitamínicos sob a luz das evidências
Existe uma cultura que atinge todos os extratos sócio-econômico-culturais de que a suplementação de vitaminas é benéfica. E se não o for, mal não faz.
E o que dizem as melhores evidências científicas sobre o assunto?
Embora existam vários “estudos” tentando provar que a suplementação de vitaminas possa ser útil, especialmente em pessoas saudáveis para a prevenção de doenças, nenhum deles resiste a uma análise metodológica mais apurada.
Na pirâmide das evidências temos a revisão sistemática como o melhor nível para incorporarmos algo à terapêutica, sendo a biblioteca Cochrane a maior fonte de revisões sistemáticas disponíveis, infelizmente ainda sub-utilizada em nosso meio. Em países mais avançados na parte de pesquisas e aonde ao contrário do Brasil, o acesso é pago, ela tem um destaque muito maior. Quando não existem revisões sobre o assunto, procuramos outros tipos de estudos, porém neste caso existem várias revisões sistemáticas com metanálise, conclusivas sobre o assunto.
Nenhuma mostra efeito favorável no uso “preventivo” de polivitamínicos ou mesmo vitaminas em específico e uma (Antioxidant supplements for prevention of mortality in healthy participants and patients with various diseases-Bjelakovic Goran et al Cochrane Database of Systematic Reviews, Issue 02, 2011) ainda mostra possível aumento de mortalidade com o uso de vitamina A e vitamina E.
A mídia farta-se em mostrar famosos que tem “pique” porque tomam isso ou aquilo, mas as melhores evidências científicas disponíveis mostram-nos o que a vovó já sabia: a melhor prevenção possível ainda é uma dieta equilibrada, diversificada, atividade física regular e abandono de vícios como tabagismo, não havendo substitutos em cápsulas nem em parafernálias eletrônicas.
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