Poesia Viva


Mapa-me

Nada sei sobre os destinos dos rios
e do que margeiam
alguma coisa continental me falta
alguma coisa fundamental me salta
na hora de dar nome aos bois
na hora de dar nome aos dois
mundo e Universo se confundem
na minha geografia.
E quando você diz "Tunísia"
eu sou demorada na imagem demarcada
meu conhecimento percorre os desertos
e paga alto e paga em cash
a quem lhe responder o que fica pra lá de
Marrakesh.
Suborbital me detenho em jorros de versos
Oceanos de novos nexos
nos raios de nossas espumas.

Da janela vejo as dunas que
você saberá guiar-nos até elas
e as quais transformarei em poesia
esquecendo outra vez o donde fica
Ouço a toda hora um telefone tocando no meu peito..
isso faz com que eu recomece tudo de novo:
Portugal é vizinho da Espanha que é vizinha
de Fulano, que é só atravessar Sicrano
pra se chegar a Beltrano.
Cansa-me minha analfabetice do rascunho
que os homens fizeram do mundo.
Me ponha sobre a mesa ao fundo
e nela me demarque.
Me compasse em estados e pecados capitais.
Pinte-me as ilhas, realce-me as virilhas
e me dê o mapa que eu não tenho.

Meu amor,
deixe-me ser o seu caderno de desenho.

Poema by Elisa Lucinda
Foto by Mari Martins


Comentários

Fábio Siebra disse…
Olá Mari

A Elisa além de poetisa,atriz,cantora é um mulher que exala vida em tudo o que propõe a fazer


Um Abraço

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