Ninguém me habita



Ninguém me habita. A não ser
o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa me rever no outrora.
Ninguém me habita. Sozinho
resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem.

Texto by Thiago de Mello
Foto by Mari Martins


Comentários

Carlos Leite disse…
Por momentos estava a ler este poema e estava a pensar em Alberto Caeiro.
A naturalidade das palavras, o bloqueio implícitio ao raciocínio de que existe mais para além daquilo que lemos.
Muito bom mesmo, gostei imenso!

Atenciosamente,
Carlos Leite, http://opintordesonhos.blogspot.com

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