Emoção





EMOÇÃO

A influência das emoções sobre a saúde física nunca foi tão pesquisada e o controle das perturbações psíquicas entrou para os receituários clínicos.
É quase certo que ao demonstrar um desconforto físico, você tenha ouvido que está "somatizando". Mas o que é exatamente somatização? Trata-se de um processo pelo qual distúrbios de origem psíquica, emocional, traduzem-se em mal estar, com ou sem causa orgânica definida. Os dez problemas mais relatados pelos somatizadores são: dor no peito, fadiga, tontura, dor de cabeça, inchaço, dor nas costas, falta de ar, insônia, dor abdominal e torpor.
A palavra somatização, por sua vez, hoje é usada especificamente para as doenças identificáveis por meio de exames, desencadeadas por sobrecarga emocional. Certas doenças têm um componente fortemente somático. É o caso de asma, úlceras, fibromialgia, gastrite, alergias e herpes, principalmente. As situações que mais deflagram respostas somáticas são as de stress decorrente de um luto ou de uma separação conjugal, e é claro, a depressão. Na verdade, não existe um só sentimento que não tenha uma repercussão física. O que varia é a intensidade da emoção e a vulnerabilidade do corpo.
Médicos e psiquiatras são unânimes ao afirmar que qualquer pessoa está sujeita a desenvolver uma doença psicossomática. Algumas até já sofrem do mal sem perceber. A asma e a artrite (dores nas articulações), por exemplo, têm um forte fator emocional. Crianças que só começam a ter dificuldades para respirar depois de completar 5 ou 6 anos sofrem de asma psicossomática.
A falta de ar é uma maneira de atrair a atenção dos pais. Para ter certeza de que uma doença tem origem psicológica, deve-se descartar todas as causas orgânicas primeiro. Por isso, recomenda-se uma série de exames antes de fechar o diagnóstico. É importante esclarecer que, apesar de a enfermidade ser emocional, o paciente precisará de tratamento médico. Os sintomas que ela apresenta não são imaginários, portanto, exigem cuidados especiais.
Outras doenças psicossomáticas comuns são a psoríase (descamação da pele), o vitiligo (perda do pigmento da pele) e a alopecia (perda espontânea de pêlos do corpo). O fato de todas afetarem a pele não é coincidência.
Depois do cérebro, a pele é o órgão com maior número de terminações nervosas do corpo. Isso quer dizer que a pele está intimamente ligada ao sistema nervoso central e, consequentemente, às emoções.
Em princípio, os pacientes nem imaginam que as irritações na pele e queda de cabelo têm fundo emocional. Mas, ao conversar com o dermatologista, acabam percebendo: o problema surgiu após um forte estresse.
A melhor maneira de acabar com o problema é tratando, simultaneamente, a pele e a mente. Por isso, além dos medicamentos tradicionais, recomenda-se terapia. Quando a pessoa ficar de bem consigo mesma, os sintomas tendem a regredir.
Um bom suporte afetivo e determinados tipos de terapia psicológica são capazes de melhorar a resposta imunológica até mesmo de pacientes com câncer.
As alternativas que comprovadamente ajudam a amenizar os sintomas da somatização, ao aliviar o sofrimento emocional, são:
Meditação:
Acredita-se que a meditação modula a resposta do sistema nervoso ao stress. Consegue-se isso por meio do controle da ansiedade. Os estudos mais recentes nesse campo submeteram pacientes cardíacos à meditação e comprovou que eles tiveram uma redução da pressão arterial.
Terapias cognitivas comportamentais: O objetivo do método é fazer o paciente aprender a controlar os sintomas. Ou seja, ensiná-lo a evitar a cadeia de reações emocionais que leva o corpo a responder com sinais físicos. Também chamado de terapia breve, é especialmente eficaz para aplacar sintomas clássicos como taquicardia, tontura e falta de ar.
Psicanálise:
Ainda que nunca tenha criado uma teoria psicossomática, Sigmund Freud, o pai da psicanálise, foi um dos seus mais importantes precursores. Ao iniciar a prática clínica, Freud percebeu que as manifestações da histeria correspondiam a uma anatomia imaginária. Ao contrario das outras duas técnicas citadas acima, a psicanálise age na raiz do problema. Nesse caso faz toda a diferença saber se os sintomas de uma somatização são fruto da história pessoal do paciente. É uma abordagem profunda e complexa, que demanda tempo e disposição para que o paciente se aventure no autoconhecimento. Os resultados desse tipo de terapia para a melhora da saúde, embora mais demorados, já foram comprovados cientificamente.


Coluna No Divã - assinada pela Dra. Marisa Martins - Psicóloga - CRP: 06/30413-0.
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