Importação de médicos - CRMs se unem contra proposta do governo
A indignação contra a proposta do governo de importar médicos estrangeiros foi unanimidade entre os conselhos regionais de medicina (CRMs). Durante encontro em Brasília, representantes das 27 entidades expressaram seu repúdio à tese defendida pelo
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e informaram a intenção de apoiar o conselho federal em seu movimento de resistência à iniciativa.
Vários CRMs publicaram notas públicas de repúdio à “importação” de médicos da forma anunciada pelo governo. Para o CRM de Goiás, a decisão pode implicar em séria ameaça à saúde da população. “O exercício ético da medicina e a oferta de uma assistência de qualidade aos pacientes que dependem do SUS exigem recursos e infraestrutura adequados, investimentos que o governo deveria garantir, mas não o faz”, alertou o Cremego.
O CRM do Paraná fez coro às críticas e ressaltou em sua manifestação pública o descompasso entre anúncios de contratação e o dia a dia dos médicos brasileiros país afora. “Os valores afirmados em reportagens, onde prefeituras pagam até R$ 30.000 para os médicos, não condizem exatamente com a realidade”. A entidade lembra que há várias denúncias de descumprimento de acordos, atrasos de salários e sobrecarga de trabalho. “Os médicos estrangeiros vão enfrentar os mesmos problemas estruturais que os brasileiros, além do agravante da dificuldade com o idioma”, ressaltou o CRM.
Para o CRM do Rio de Janeiro (Cremerj), este tipo de iniciativa configura uma pseudoassistência à população. O conselho ressalta que o entendimento do governo não foca na forma ideal de resolver o problema do atendimento em áreas distantes, ou seja, na
contratação de médicos por meio de concursos públicos, com remuneração compatível e condições para o bom exercício profissional.
Em São Paulo, o conselho regional (Cremesp) afirma que a medida “se, por um lado, resolve o
problema de seis mil cubanos desempregados, passa longe de atender as necessidades de saúde da população brasileira”. Por meio de nota, a entidade também repudiou o desrespeito à legislação e a implantação no país de “uma prática médica pobre para os mais pobres”.
Imagem by Google
Fonte: Jornal Medicina nº 220
Comentários
Em alguns estados e municípios há dificuldade de alguém aceitar ser Secretário da Saúde de tanto que se incomodam com os médicos que entre outras coisas, se recusam a comprovar motivos de faltas.
Abraços
Em alguns estados e municípios há dificuldade de alguém aceitar ser Secretário da Saúde de tanto que se incomodam com os médicos que entre outras coisas, se recusam a comprovar motivos de faltas.
Abraços