Importação de médicos - Órgãos internacionais apontam riscos



O representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, afirmou que a importação de médicos "não é a panaceia" e deve ser feita com cautela pelo Brasil visando garantir que os médicos estrangeiros tenham treinamento e qualificação adequados para exercer a medicina no país. Diretor da Divisão dos Sistemas de Saúde e Saúde Pública da OMS, Kluge ressaltou que a contratação de estrangeiros deve ser vista apenas como uma solução de curto prazo e defendeu que o país fortaleça o sistema de saúde para que os profissionais brasileiros supram a demanda interna. 
Na Grã-Bretanha, um dos países citados pelo governo brasileiro como fonte de inspiração para a criação do modelo de importação, os cuidados são grandes. O General Medical Council (GMC), órgão inglês que monitora este tipo de programa, ressalta que para atuar em território nacional os médicos estrangeiros devem passar por um controle rigoroso, que inclui a validação de diploma emitido no país de origem, o pedido de licença para praticar medicina no país, provas de inglês, certificado de boa conduta e documentos que comprovem a experiência médica.
Segundo o GMC, a avaliação é necessária haja vista que muitos interessados não são  fluentes em inglês, o que, para o órgão, pode afetar o desempenho profissional e eventualmente colocar a vida de pacientes em risco. Para Roger Goss, diretor da associação Patient Concern – que representa os pacientes atendidos na Grã-Bretanha –, a preocupação com o bom nível de português dos médicos deve ser prioridade para o Brasil: “É essencial que médicos e pacientes se entendam, para não haver confusões sobre diagnósticos e tratamentos". Dados indicam, de acordo com o GMC, que relevante parcela dos médicos importados na Grã-Bretanha teria falhado ao demonstrar suas habilidades médicas, ressalvando que nos últimos cinco anos 63% dos médicos que tiveram os registros cassados ou suspensos na Grã-Bretanha foram treinados no exterior. 
Um levantamento da OMS mostrou que o investimento público mundial com a saúde de cada cidadão chegou, em média, a US$ 571 por ano em 2010. No Brasil, esse gasto per capita somou US$ 466/ano. Nos Estados Unidos, US$ 3,7 mil; na Holanda, US$ 4,8 mil; e na Noruega, US$ 6,8 mil. Nas extremidades de investimentos estão o Congo, na África, com US$ 4/ano, e a Libéria, com US$ 8/ano. 
A OMS também ressaltou a defasagem do Brasil em relação ao percentual do orçamento público investido na saúde, destacando que o país está expressivamente abaixo da média mundial: 10,7%, em 2010, enquanto a média mundial atingia 15,1%. 
Comparado somente a países emergentes, o Brasil ainda estava abaixo da média – que beirava 12%.


Imagem by Google
Fonte: Jornal Medicina nº 220



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