Presépio Paulistano



Natal chega como remoinho;
É Papai-Noel disfarçado de piorra,
Ajudando o generoso e o mesquinho.

O mau gosto e o lucro, de mãos dadas,
Abrem caminho no corre-corre
E visitam as vitrinas todas,
Até as mais badaladas.

Toca sino pequenino,
Toca pra grego e brasileiro,
Toca pra japonês e libanês,
Toca pra espanhol e português,
Toca, toca sem parar!

As rádios estão roucas de alegria,
As TVs desbotadas de fantasia,
E os jornais de todos os tipos
Dançam versos e hinos com carinho:
Que não falte saliva ao bom velhinho!

Adultos apressados,
Crianças exaltadas,
Alegrias e tristezas,
Todas misturadas
Em montes de lixo.
Natal é isso aí, bicho!

Poema by György Miklós Böhm - Professor Emérito da FMUSP
Imagem by Google


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