E o mundo parou!
Tempos difíceis! O mundo parou! O COVID-19 paralisou-nos, enclausurou-nos, deixou-nos de mãos atadas, lavadas, desinfetadas. Não toque no rosto, não toque na boca, não toque nos olhos, não abrace, não beije, não toque em nada, desinfete tudo, não saia de casa, isolem-se, protejam-se. Situação surreal, nem quadro de Salvador Dalí descreveria a situação. Crianças cheias de energia em casa, aulas paralisadas, tarefas, tarefas, tarefas, internet, streaming, vídeo game, música, ah um bálsamo para minha alma, talvez um livro e um pouco de poesia, alegria, alegria...
Limpa, limpa tudo, desinfeta, ah, uma pequena onda de agonia e volta a alegria...
Hora de ir ao mercado, pega uma máscara e leva na bolsa, mas não estou doente, melhor garantir! Ah, não se esqueça do álcool em gel, põe na bolsa! Será que preciso de algo da farmácia?
Pego o carro e saio dirigindo, vou para o centro da cidade e no caminho ouço o silêncio como nunca. Nada e ninguém nas ruas, nem cachorros, nem gatos, nem garças, sentimento estranho, obscuro, tristeza! Subo o morro do mirante da Praia Grande e aquela visão, que sempre acho linda, aquele mar verde Ubatuba maravilhoso continua lá, me encantando como sempre, que natureza maravilhosa e ninguém podendo aproveitar as praias vazias, só água, areia e mata atlântica, surreal! Chego ao trevo, viro à direita para passar pelo Itaguá, barreira sanitária, sou parada para responder algumas perguntas e receber algumas orientações. A Santa Casa de Ubatuba não tem infraestrutura para suportar uma pandemia, se tiver sintomas, não vá para a Santa Casa, procure o posto de saúde do seu bairro. Sou liberada!
Ubatuba tem 36 casos suspeitos e nada se altera no boletim da vigilância epidemiológica, nenhum caso é descartado, nenhum caso confirmado, será que o município não tem o teste para os pacientes suspeitos? Sempre observo nos boletins diários "Aguardando exame". Situação angustiante! China, Itália, Espanha, Reino Unido, EUA, todos os países do planeta...
Nossos idosos, nossas crianças, todos nós...
Um vírus de baixa letalidade, para muitos tão fatal...
Texto e Foto: Mari Martins
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