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Mostrando postagens com o rótulo Filosofia

Filosofando no Atemporal

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Somos diferentes Pais e filhos idealizam o aconchego da semelhança, mas é preciso aprender que diferença não é desigualdade. Mães e filhas são sempre muito parecidas como peixes e seus filhotes: eu e minha filha, por exemplo. Só que ela é mais bonita e desenha melhor que eu. Talvez continuemos cada vez mais iguais, sobretudo se pensarmos nas nossas coincidências astrológicas e confiarmos na evolução dos mesmos gostos pelo desenho, pelos livros, por ficar em casa em plena vida contemplativa. Porém, toda regra só é regra porque existem as exceções. O igual só é igual porque existe o diferente. E vice-versa. Sobre o futuro das semelhanças nunca é possível fazer muitas apostas. No caso dos pais de filhos pequenos, tem-se pela frente a adolescência - que modifica, em geral, toda a vida de uma pessoa. Este tempo trará a força das diferenças que devem ser elaboradas, sobretudo no que se refere ao comportamento, à moral, à sexualidade. O que ainda não conhecemos dos nossos

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Invejar é humano, porém... * A inveja é um afeto sobre o qual costuma-se dizer que é humano como dizemos de tudo o que é errado como reza o ditado. Deste modo, estabelecemos o significado – perigosíssimo – do que é ser humano, como algo imperfeito e passível de falhas. Também derramamos um balde de perdão sobre aquilo que antigamente e de um ponto de vista religioso, chamávamos, pecado. Daí a dizer-se que é preciso ser perdoado por se ser humano, não se precisa de muitos passos. É também lógico, deste momento em diante, considerar que para se ser um ser humano é preciso errar, ou “pecar”. A conseqüência é a curiosa permissão ao erro. Passa-se do “ser errado” ao “dever-ser errado”. O que se conquista com isso, espera-se, é a humanidade. Porém, o contrário também pode ser válido: reduzir a humanidade à minha capacidade de errar. Neste ponto, o conceito de humanidade é que não vale mais nada, pois serve apenas a minha própria incompetência para ser melhor ou como esconde

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Conversar é uma forma de amar O diálogo foi uma das questões mais importantes no surgimento da filosofia. Serviu de modelo teórico de uma ação prática. Platão, na antiguidade clássica, usou-o como estilo para mostrar que a filosofia dependia da conversação. Ele queria mostrar que ela não era uma teoria isolada das relações humanas. Que nascia da diferença do pensamento de cada um que entrava em contato com o pensamento de outro. Chegou a dizer que o pensamento era o diálogo da alma consigo mesma num sentido muito próximo do “falar com os próprios botões” que conhecemos tão bem. Pensar era uma questão de linguagem. O pensamento precisava das palavras, da gramática, da língua, do imaginário, do mito, para se expressar e, por isso, o cuidado com a escolha e o uso de todos estes elementos era tão essencial. Da conversação é que surgem todas as nossas relações sociais: desde a família até as decisões políticas, passando pela amizade e pelo amor. É porque não sabemos que a a

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Posso ser sincero? Quem hoje em dia é capaz de perceber algo estranho na pergunta “quando posso ser sincero?”. Ela traz uma dúvida importante quanto ao sentido da permissão exposto no uso do verbo “posso”. A pergunta oculta outra pergunta bem simples de ponderar: por que eu “não poderia” ser sincero? As questões definem que há muito tempo nossa intenção de sinceridade se tornou um problema. Quando os seres humanos inventaram a sinceridade? O que ela significa entre nós hoje? A sinceridade é uma intenção, uma ação ou mais que isso? Dizer é fazer Quando falamos em sinceridade sempre pensamos na ação de dizer algo desagradável a alguém. Iniciamos uma crítica muitas vezes com a expressão “sinceramente”. Inaugura-se com isto a exposição de uma opinião que não está disposta a ser falsa e se declara de antemão com a autoridade da verdade. Junto com ela encena-se certo ar de coragem, como se a sinceridade fosse alguma sorte de franqueza grosseira. O sincero lembra o “gross

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O Amor: promessa e Dúvida * Amor é uma palavra que precisamos hoje usar com cuidado. Para os poetas é uma palavra bonita, para os conquistadores sexuais ou religiosos, é estratégica. De outro lado, é sincera tanto quanto é confusa, para muitos amantes que, adolescentes ou maduros, se perdem em suas promessas. Não há amor sem promessa de felicidade, já dizia Sthendal, escritor do século XIX. Amantes são aqueles que vivem em nome do amor, que o praticam à procura de um ideal de felicidade que só o amor parece realizar. Quem acredita nisto pode bem ser chamado de romântico. Para os descrentes, porém, os que desistiram de amar, amor não passa de uma palavra em desuso. Algo nela pode soar a pieguice ou sentimentalismo. Melhor deixá-la de lado, pensa o decepcionado. Mera máscara sem rosto, rememoração do ressentimento de não se ter mais a realização da promessa na qual acreditara, o amor, para muitos, está fora da ordem. E, por isso, fora de moda e mesmo algo banal. AMAR O

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Vídeo do YouTube Platão - O Mito da Caverna Você está pronto para enxergar a realidade?

O Mito da Caverna

Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, cuja entrada permite a passagem da luz exterior. Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder mover a cabeça para a entrada, nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, e sem nunca terem visto o mundo exterior nem a luz do Sol. Acima do muro, uma réstia de luz exterior ilumina o espaço habitado pelos prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo exterior sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras de homens, mulheres, animais cujas sombras são projetadas na parede da caverna. Os prisioneiros julgam que essas sombras são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são os seres vivos que se movem e falam. Um dos prisioneiros, tomado pela curiosidade, decide fugir da caverna. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões e esca

Uma andorinha só não faz verão

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Você sabe de onde vem a expressão "Uma andorinha só não faz verão"? Os gregos antigos conheciam bem o procedimento das andorinhas em busca de clima favorável para sua sobrevivência, tanto que as tinham como símbolo da amizade e da fidelidade porque elas voltavam anualmente e ocupavam o mesmo ninho. Foi o filósofo grego Aristóteles que inventou essa frase, tentou dizer com isso que a ação praticada por alguém em determinada circustância, não pode caracterizar o indivíduo, ou seja, um ato qualquer, realizado uma única vez, não serve como argumento de que ele vai ser realizado sempre, isso porque o ato deve resultar de uma disposição permanente. Dizia que uma vida moral não se resume a um ato moral, mas a prática reinterada de atos morais. Aristóteles acreditava que para existir uma vida moral, deveria haver o hábito de práticas de virtude e da preservação do bem. Foto by Mari Martins - Andorinhas