A adoção tardia e o desafio de amar
Por: Dora Martins* Há um belo provérbio chinês que diz que “São necessários três mil anos de orações para repousar a cabeça no travesseiro com alguém que amamos”. E quantos mil anos serão necessários para amar uma criança como um filho?? Amar uma criança que não tem nossa tão acalentada herança genética, mas que tem olhos de afeto, coração pulsante e riso bonito??? A adoção de crianças maiores é um grande desafio para quem ousa amar o outro, esse alguém para ser filho, um ser que se tem que recepcionar na alma de um modo inteiro. Cresce, de pouco em pouco, no Brasil, o interesse de pessoas casadas ou solteiras pela adoção de crianças maiores, acima de 3 ou 4 anos, embora o limite raramente ultrapasse alguém com 7 ou 8 anos. É a chamada adoção tardia. Tardia talvez para o menino ou menina que, em seu quarto dividido com tantos outros numa instituição, já tenha feito milhares de anos de orações, pedindo uma família. Tal adoção, tal jeito de constituir uma família, nã