Já era de esperar que o assunto seria lembrado. Com a aproximação dos Jogos Olímpicos e o auge da epidemia de zika no país – de janeiro ao início de maio houve 138 mil casos, 27,5% no estado do Rio de Janeiro –, seria natural que surgissem questionamentos sobre os riscos para a saúde dos 10 mil atletas e 500 mil turistas aguardados para o evento. E surgiram. Em fevereiro, dois professores da Universidade de Nova York (NYU), Lee Igel, especialista em fisiologia do esporte, e Arthur Caplan, chefe da divisão de bioética da escola médica da universidade, escreveram um artigo de opinião para a revista Forbes sugerindo que os jogos deveriam ser cancelados, adiados ou transferidos de local. Eles apontavam mazelas sociais e econômicas do Rio e do país e afirmavam que não seria seguro ir à Olimpíada em meio à epidemia de zika. Na época, a epidemia atingia o ápice. Segundo dados do Ministério da Saúde, em fevereiro houve 53 mil casos de zika e o estado do Rio apresen...