Equipe do Einstein desenvolve técnica minimamente invasiva para tratar bebê dentro do útero da gestante

Cirurgia fetoscópica para mielomeningocele, mais conhecida como espinha bífida, reduz risco de hidrocefalia e paralisia no bebê, além de apresentar menos complicações à mãe

Uma equipe brasileira tem feito escola pelo mundo. Especialistas em Medicina Fetal​ da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein vêm estudando, há mais de cinco anos, uma forma minimamente invasiva de tratar a mielomeningocele, conhecida também como espinha bífida. E, por meio da fetoscopia, espécie de laparoscopia - cirurgia realizada por meio de cânulas em pequenos furos no abdômem -, criaram um procedimento inédito no mundo e que é capaz de corrigir a malformação congênita dos bebês antes do nascimento, dentro do útero da gestante.
 
A mielomeningocele, conhecida também como espinha bífida, é uma malformação que deixa a medula espinhal do bebê exposta ao líquido amniótico dentro do útero da mãe. Essa exposição pode ocasionar lesões aos nervos responsáveis pelo controle de bexiga e ânus, além da musculatura dos membros inferiores.
 
Com o uso de uma câmera endoscópica e instrumentos muito finos, o procedimento desenvolvido pela brasileira consiste em operar o feto ainda no interior da barriga da mãe. Em outras palavras, evita-se a operação aberta, utilizada atualmente na maioria dos casos. “A incidência da espinha bífida se aproxima de um a cada 10.000 nascidos no Brasil e a cirurgia, quando feita após o parto de forma aberta, pode provocar algumas sequelas importantes no bebê, como hidrocefalia, paralisia e falta de controle de bexiga”, afirma Dra. Denise Lapa, especialista em medicina fetal do Einstein e que lidera as cirurgias.
 
A aplicação da técnica vem chamando a atenção da comunidade internacional. Desde 2011, quando foi iniciado o estudo sobre o tema, a utilização da fetoscopia para espinha bífida foi difundida em diversos países, como Chile, Israel, Itália, Inglaterra e Estados Unidos. Agora, após a publicação dos resultados encorajadores dos primeiros casos, o treinamento a cirurgiões fetais para a técnica está com fila de espera.  
 
“O ideal é que a operação seja feita até a 26ª semana de gestação para minimizar os problemas neurológicos. Quanto mais cirurgiões pelo mundo forem treinados, menos bebês com sequelas teremos no futuro”, comenta a médica. Além dos centros de saúde internacionais, um hospital público do Rio de Janeiro também segue em treinamento para poder tratar mães e bebês nessas condições via SUS.

Fonte: www.einstein.br


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