Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Crônicas

Ela não conseguia

 Eu estava ouvindo uma conversa, onde o tom não era baixo, não era segredo e as pessoas não estavam constrangidas com o tema, mas fiquei incomodada, por isso resolvi escrever. A questão girava em torno da "esposa" não conseguir perder mais 7kg, parecia um absurdo, uma afronta ao marido, que prometia uma cirurgia plástica no caso da perda. O marido se queixava muito, falava dela como se fosse uma pessoa qualquer, isso me chamou muito a atenção. Por que o marido falava dela daquela forma? Acho que o problema não está nela, está nele, em sua vaidade, no seu orgulho e ele está transferindo isso. Talvez ele tenha uma fraqueza, um ponto qualquer, um "P" pequeno, rs. Fiquei pensando seriamente na falta de consideração e respeito por parte dele, não parecia amar a esposa... Mulher tem que ser respeitada! Seja branca, negra, magra, gorda, baixa, alta... Mulher não é capacho!!! Esses homens tem mães, avós, tias, irmãs... Tudo é uma questão de respeito! Se não houver respeito,

O que virá por aí?

Imagem
Eu gostaria de escrever algo motivacional, algo que alegrasse o coração e trouxesse esperança, mas minha mente acordou de luto, meu rosto sem sorriso e meu coração acordou tristonho. Tantas notícias ruins, o isolamento social, a falta de "tudo" que sempre tivemos e que parecia "nada", digamos: tranquilidade, liberdade, o poder de respirar, o poder de tocar... Vejo que alguns tratam a vida como algo insignificante e isso me apavora. Vejo politicagem barata e desrespeitosa, vejo vaidade, vejo egoísmo... Acordei realmente reticente com relação a humanidade. O planeta está envolvido numa névoa de medo e tristeza, medo da morte e tristeza pelos que se foram, inclusive, foram de mãos dadas, puxados, levados por esse vírus. Deus olhe por nós!

E o mundo parou!

Imagem
Tempos difíceis! O mundo parou! O COVID-19 paralisou-nos, enclausurou-nos, deixou-nos de mãos atadas, lavadas, desinfetadas. Não toque no rosto, não toque na boca, não toque nos olhos, não abrace, não beije, não toque em nada, desinfete tudo, não saia de casa, isolem-se, protejam-se. Situação surreal, nem quadro de Salvador Dalí descreveria a situação. Crianças cheias de energia em casa, aulas paralisadas, tarefas, tarefas, tarefas, internet, streaming, vídeo game, música, ah um bálsamo para minha alma, talvez um livro e um pouco de poesia, alegria, alegria... Limpa, limpa tudo, desinfeta, ah, uma pequena onda de agonia e volta a alegria... Hora de ir ao mercado, pega uma máscara e leva na bolsa, mas não estou doente, melhor garantir! Ah, não se esqueça do álcool em gel, põe na bolsa! Será que preciso de algo da farmácia? Pego o carro e saio dirigindo, vou para o centro da cidade e no caminho ouço o silêncio como nunca. Nada e ninguém nas ruas, nem cachorros, nem gatos, ne

Os ninguéns

Imagem
As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura. Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada. Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos: Que não são, embora sejam. Que não falam idiomas, falam dialetos. Que não praticam religiões, praticam superstições. Que não fazem arte, fazem artesanato. Que não são seres humanos, são recursos humanos. Que não tem cultura, têm folclore. Que não têm cara, têm braços. Que não têm nome, têm número. Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local. Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata. — Ed

Coragem!

Imagem
Eu estava ouvindo Mário Sérgio Cortella falar num programa de TV e fiquei encantada com a forma como ele aborda as questões e os problemas dos seres humanos. Falando de instintos, do medo, da coragem, da esperança e do ato de amar e aceitar o próximo. Eu já o admirava como pensador, filósofo e escritor, mas hoje, passei a admirá-lo como pessoa. Confesso que acordei aborrecida hoje, acordei desanimada e desesperançosa com o ser humano e ao ouví-lo falar, me senti reconfortada. A vida é o que queremos que ela seja, então, precisamos dar o nosso melhor e isso depende de cada um. Ele disse: - O pessimista, no fundo, é um vagabundo e um grande covarde. Adorei a definição. Eu nunca fui assim, aliás, coragem é o que não me falta, mas vou confessar, abracei uma causa que requer a maior das facetas, ser mãe e educar uma criança adotada tardiamente e com traumas de infância que deixaram cicatrizes imensas e profundas. Hoje, há apenas 5 meses para eu completar 50 anos, reconheço o p

O mundo correu tanto que parou

Imagem
E   eis você aqui, minha cara editora, 60 anos depois, ou seja, desde 1957, querendo saber sobre as mudanças ocorridas de lá pra cá. E me dá uma dica: “na cultura, nos costumes, tecnologia, ciência, medicina, etc. No Brasil e no mundo – ou só no Brasil”. – Isso tudo nem no gugo. E quer que eu coloque isso em 4.000 caracteres (se possível 3.500 “pra podermos abrir mais a ilustração”). Só aqui na enrolação inicial já se foram 408 caracteres (com espaços). O papa ainda era o Pio XII e o Brasil nunca tinha sido campeão do mundo. Eu tinha onze anos, dormia no quarto da frente e ouvi claramente um cavalo se aproximando, o trotar nos paralelepípedos, um sujeito apear e a campainha soar. Depois soube que eram duas e meia da manhã. Era um peão de uma fazenda meio próxima que veio avisar o meu pai que a enfermeira da dona Cacilda – que beirava os noventa (a dona Cacilda, a enfermeira devia ter uns oitenta) – não estava conseguindo pegar a veia da véia (desculpe, não resisti ao trocadilho

Inquietude

Imagem
Eu, gosto de silêncio, mas, ultimamente, sinto minha alma inquieta e barulhenta. Creio que seja a menopausa ou influência do meu signo ascendente, rs. Talvez seja a inquietação do "envelhecer" ou o fato de resolver ser mãe tardiamente e "temer" falhar  na educação do meu filho. Texto e foto: by Mari Martins

Crença

Imagem
As pessoas acham que "temem" a infelicidade, mas no fundo, elas "temem" a felicidade. Texto e foto: Mari Martins

Eu não sei!

Imagem
A vida, as pessoas, a tecnologia, tem nos obrigado a saber de tudo o tempo todo e nos coloca numa posição tragicômica. Já reparou que hoje em dia as pessoas tem vergonha de dizer "eu não sei". As pessoas ficam intimidadas por demonstrar falta de conhecimento com relação a qualquer assunto que seja. A Internet, o estar online o tempo todo, as Redes Sociais, o Google e todas as ferramentas de pesquisa acessadas o tempo todo. Corremos lá, nem digitamos mais, usamos a pesquisa por voz e dá-lhe, lá estamos nós falando de algo que nem achamos interessante e nem trás utilidade para nossas vidas. As pessoas estão ficando bitoladas, paranoicas e sufocadas com tanta informação, que às vezes, nem lhes é pertinente. Há algumas semanas, deixei meu filho de queixo caído porque disse a ele que não sabia a resposta para uma pergunta que ele me fez, ele ficou olhando para mim chocado. Eu disse a ele: - Por que você acha que eu tenho que ter resposta para tudo? Eu sou uma pessoa,

Estou cada dia mais louca, mas tudo bem...

Imagem
Foto by Mari Martins - Praça do pôr-do-sol - São Paulo/SP As pessoas, quando me conhecem, logo de primeira, sempre me acham uma pessoa "estranha" e conforme vão me conhecendo melhor, acabam me confessando, que a primeira imagem foi essa. Sempre ouvi isso. Elas dizem que tenho cara de brava, sou quieta e não falo muito sobre mim ou pergunto nada sobre a pessoa, mas no fundo, isso é uma defesa, sempre acho que a reserva me preserva e me protege. Sou comunicativa, engraçada, perspicaz e ao mesmo tempo, extremamente reservada. Eu sou realmente "estranha" e demorei muito tempo tentando, inclusive, me entender e me conhecer. Eu sou tímida, introspectiva, gosto do silêncio, não gosto de conversar muito, por mais que eu tenha um problema, não procuro ninguém para conversar, tenho uma certa dificuldade em pedir ajuda e costumo me isolar. Não gosto de falar ao telefone, prefiro escrever ao falar, não procuro muito as pessoas e, às vezes, pareço um "ermitão&qu

Na real!

Imagem
Foto by Mari Martins Na real! Ele não quer crescer! Ele não quer enxergar!, Ele não quer lembrar! Ele não quer nada com nada e não queira lhe mostrar. Ele só quer alienar, não pensar, não fazer, não ouvir... Na real! Ele não quer sentir, ele não quer seguir, ele não quer "Norte" e nem sul. Ele não quer mudar, ele só quer ser o que é, mesmo que ele não seja nada... A dificuldade das coisas simples o assusta, então ele tranca os olhos, tranca os ouvidos e sai correndo, percorrendo a estrada sem fim, sem assumir nada, assim não corre o risco... Ele não quer crescer! Texto by Mari Martins  Foto by Mari Martins

O FUNK está emburrecendo o meu filho! Desabafo de uma mãe preocupada...

Imagem
Eu, quero deixar bem claro, que essa é a minha opinião e não tenho a mínima intenção de influenciar ou falar por outras pessoas. O "Funk" está emburrecendo o meu filho. Eu amo música, mas música de boa qualidade, com letras inteligentes, com melodias agradáveis e esse estilo de música, chamado de "Funk Ostentação", não contribui em nada na consolidação da educação e boa comunicação entre as pessoas, aliás, estimula o ouvinte a regredir. As letras são desrespeitosas, pobres e sem conteúdo, ensinam apenas a rebolar, a se insinuar, estimula o assédio moral e sexual, expõe as pessoas ao ridículo. Creio, que alguns autores de "Funk e de Rap", fazem boas letras, gosto de "Só Love" de "Claudinho & Buchecha", gosto do "Rap do Silva" de "MC Bob Rum", que conta uma história triste, por sinal, gosto das músicas do "Marcelo D2", gosto do trabalho do "Criolo", gosto do trabalho do "E

Parece mentira. Só que não...

Imagem
Estava tranquila, apesar do trem lotado das 18 horas, ouvindo o Deezer. De repente... a música parou e percebi que só restavam o fone no ouvido e o fio pendurado. – Meu Deus, roubaram meu celular! Como por milagre abriu-se um espaço no vagão. A maioria, muito solidária, procurava no chão, para ver se, por acaso, ele havia caído. Um rapaz pediu o número e ligou, para ver se tocava em algum lugar. “Não está na sua bolsa?”, “Na sacolinha da marmita?”. (Quer parar de reparar na sacolinha da marmita?). Não, não está. Foi aí que me lembrei daquela senhorinha bem idosa. Juro. Aquela, que entrou na estação Pedro II, parou atrás de mim, me espremeu um pouco, e desceu no Brás. Nãoooo... pelo amor! Foi quando outro senhor idoso (esse aparentemente decente) captou meu pensamento. “Aquela senhora não estava com você? Notei que segurou na sua cintura quando entrou, mas logo saiu”. Silêncio, caras de espanto. “Rapaz, que safada”... Por favor. Não digam algo como “podia ser alguém co

Na padaria inglesa

Imagem
Q uando o Zeluiz Franchini Ribeiro mudava de casa, o primeiro item da nova moradia era: uma padaria na esquina. Tendo uma padaria por perto, o resto era lucro. Tamanho, número de quartos e de vagas na garagem, silêncio, etc., era o de menos. O Zeluiz não conseguia viver sem uma padaria logo ali. Era ali, no balcão, que ele era mais ele. Aquelas conversas com o bêbado anônimo de cotovelo amassado. Zeluiz chegava ao cúmulo de classificar as padarias por coxinhas. Quando a padaria era ótima,  era uma cinco coxinhas . Zeluiz subiu na vida, mas nunca abandonou uma boa padaria. Sem um balcão ele não vivia. Foi quando foi mandado, pela Globo, para uma convenção em Londres. Nem bem se instalou no hotel e já foi dar a volta, procurando a padaria. Primeira viagem ao exterior mal sabia ele que padaria, enquanto padaria, só mesmo no Brasil. Nem mesmo em Portugal, matriz de todas as nossas padarias, tinha padaria como no Brasil. Em Portugal temos a original pastelaria. Mas não é como

“Um Malbec argentino, por favor”

Imagem
N uma terra longínqua, passava um jovem por uma estrada quando notou um senhor de brancos cabelos plantando tamareiras. Nessa terra longínqua, todos sabem que a tamareira leva mais de 50 anos para produzir seus frutos, e era claro que o idoso senhor jamais veria as tâmaras das árvores que plantava. Curioso, o jovem se aproximou e perguntou: “senhor, por que plantas árvores cujos frutos jamais verás?” Mirando o jovem nos olhos, o idoso senhor respondeu: “planto porque estou com vontade de plantar; a terra é minha, as sementes são minhas, e não tenho que dar satisfação pra ninguém”. Sábias palavras. Lamento que, muitas vezes, elas me faltem, principalmente quando declaro que sou abstêmio e agnóstico. Ah, meu Deus (como dizia o ateu), o que já não tive que escutar por causa das minhas abstinências, de álcool e de fé. Comecemos pelo álcool: o vinho tinto me provoca rubor, sensação de calor e uma incômoda taquicardia. “Culpa do tanino”, disse um dos 162 mil especialistas em vi

Não sou de fazer suspense nem sei contar piada

Imagem
E u sou a própria piada, o que estraga qualquer contação de história. Sou mais engraçado quando fico sério. Nasci na época errada: um astro do cinema mudo no século 21. Nunca seguraria um segredo biográfico até a morte de alguém, ou não seria capaz de não transar antes do casamento. Evito realizar promessas de propósito para não ser amaldiçoado. Não juro beijando os dedos. Não poderia participar de nenhuma máfia porque seria morto na primeira semana. Eu me desperdiço rápido, com tendência letal à fofoca. Nem vivi ainda e já estou contando. Para mim, véspera já é notícia, quase acontecimento é experiência. Preciso cuidar para a minha ansiedade não atropelar a existência. Mas há gente com o dom de se guardar para os grandes momentos. Com a vocação de reunir as forças para o apogeu da sensibilidade. Como a Luiza. A Luizinha de Nazaré, de 77 anos, que mora sozinha em Anta Gorda (RS), a 190 quilômetros de Porto Alegre. Ela sofre de osteoporose. Às vezes, tem crises sérias

Versões

Imagem
V ivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido. Ah, se apenas tivéssemos acertado aquele número (unzinho e eu ganhava a sena acumulada), topado aquele emprego, completado aquele curso, chegado antes, chegado depois, dito sim, dito não, ido para Londrina, casado com Doralice, feito aquele teste... Agora mesmo neste bar imaginário em que estou bebendo para esquecer o que não fiz – aliás, o nome do bar é Imaginário – sentou um cara do meu lado direito e se apresentou: – Eu sou você, se tivesse feito aquele teste no Botafogo. E ele tem mesmo a minha idade e a minha cara. E o mesmo desconsolo. – Por quê? Sua vida não foi melhor do que a minha? – Durante um certo tempo, foi. Cheguei a titular. Cheguei à seleção. Fiz um grande contrato. Levava uma grande vida. Até que um dia... – Eu sei, eu sei... – disse alguém sentado ao lado dele. Olhamos para o intrometido... Tinha a nossa idade e a nossa cara e não parecia mais feliz do que nós. Ele contin