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Mostrando postagens de novembro, 2015

Caetano e toda sua BOSSA

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Vídeo do YouTube Caetano Veloso - Caminho de Pedra

Assim o amor

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Espantado meu olhar com teus cabelos Espantado meu olhar com teus cavalos Tardes que oscilam demoradas E grandes praias fluidas avenidas E um confuso rumor de obscuras vidas Com seu fuso sua faca e seus novelos E o tempo sentado no limiar dos campos Em vão busquei eterna luz precisa Poema by Sophia de Mello Breyner Andresen Foto by Mari Martins

Estudo mostra que chá verde e cacau protegem contra complicações do diabetes

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Os efeitos benéficos do chá verde e do cacau, como antioxidantes e anti-inflamatórios, têm sido bastante difundidos. O Projeto Temático  Efeitos do chá verde ( Camellia sinensis ), do cacau e de um doador de óxido nítrico na nefropatia e retinopatia diabética: papel da redução do estresse oxidativo e da inflamação e do aumento do óxido nítrico , apoiado pela FAPESP, demonstrou que esses dois produtos podem atuar também como coadjuvantes na prevenção ou no tratamento de complicações renais ou da retina decorrentes do diabetes:  “Partimos da hipótese de que esses produtos poderiam ser benéficos por reduzir o estresse oxidativo e a inflamação e aumentar a taxa de óxido nítrico (NO), que é um vasodilatador cuja presença se encontra diminuída no quadro diabético. Então, estudamos separadamente os efeitos do chá verde, do cacau e de um doador de óxido nítrico. E constatamos benefícios reais tanto do chá verde quanto do cacau. A pesquisa gerou  10 artigos  científicos em revistas

Sistema imune de paciente com transtorno bipolar envelhece precocemente

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Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que portadores de transtorno bipolar tendem a sofrer de envelhecimento precoce do sistema imunológico. Segundo a autora, a descoberta abre caminho para novas abordagens terapêuticas. O estudo é coordenado por Elisa Brietzke, uma das sete vencedoras da 10ª edição do “Para Mulheres na Ciência” – prêmio oferecido anualmente pela L’Oréal Brasil em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). “Acreditamos que, durante os episódios de alteração de humor característicos da doença, ocorrem danos aos neurônios. O organismo então reage com uma reação inflamatória com o objetivo de livrar-se de células mortas ou disfuncionais. Quando a inflamação é muito intensa ou prolongada, torna-se prejudicial”, explicou Brietzke, em entrevista à  Agência FAPESP . De acordo com a pesquisadora, a ideia para o estudo surgiu durante seu douto

As imagens transbordam

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As imagens transbordam fugitivas E estamos nus em frente às coisas vivas. Que presença jamais pode cumprir De tudo ser e em cada flor florir? O impulso que há em nós, interminável, Caminho Sophia de Mello Breyner Andresen - Obra Poética I Foto by Mari Martins

Para atravessar contigo o deserto do mundo

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Para atravessar contigo o deserto do mundo Para enfrentarmos juntos o terror da morte Ao lado dos teus passos caminhei Para ver a verdade para perder o medo Por ti deixei meu reino meu segredo Meu espelho minha vida minha imagem Minha rápida noite meu silêncio Minha pérola redonda e seu oriente E abandonei os jardins do paraíso Por isso com teus gestos me vestiste Cá fora à luz sem véu do dia duro Sem os espelhos vi que estava nua E ao descampado se chamava tempo E aprendi a viver em pleno vento Poema by Sophia de Mello Breyner Andresen - Livro Sexto (1962) Foto by Mari Martins

Não se perdeu nenhuma coisa em mim

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Não se perdeu nenhuma coisa em mim. Continuam as noites e os poentes Continuam as vozes diferentes Que escorreram na casa e no jardim, Trago o terror e trago a claridade, Que intactas no meu ser estão suspensas. E através de todas as presenças Caminho para a única unidade. Poema by Sophia de Mello Breyner Andresen Foto by Mari Martins

A arte de ser feliz

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Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião

Tu tens um medo...

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Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo.  Que te renovas todo o dia.  No amor.  Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno. Poema by Cecília Meireles Foto by Mari Martins

Os primeiros tempos da tortura

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Os primeiros tempos da  tortura   Não era mole aqueles dias de percorrer de capuz a distância da cela à câmara de tortura e nela ser capaz de dar urros tão feios como nunca ouvi. Havia dias que as piruetas no pau-de-arara pareciam rídiculas e humilhantes e nus, ainda éramos capazes de corar ante as piadas sádicas dos carrascos. Havia dias em que todas as perspectivas eram prá lá de negras e todas as expectativas se resumiam à esperança algo céticas de não tomar porradas nem choques elétricos. Havia outros momentos em que as horas se consumiam à espera do ferrolho da porta que conduzia às mãos dos especialistas em nossa agonia. Houve ainda períodos em que a única preocupação possível era ter papel higiênico comer alguma coisa com algum talher saber o nome do carcereiro de dia ficar na expectativa da primeira visita o que valia como uma aval da vida um carimbo de sobrevivente e um status de prisioneiro político. Depois a s